ENTREVISTA COM A ARTISTA JULI ROSSI
ARTES VISUAIS EXPOSIÇÕES EM JOINVILLE
Artista Juli Rossi
Quem é Juli Rossi?
Sou professora de Desenho
Artístico, Pintura e Figura Humana na Escola de Artes Fritz Alt (EAFA) da Casa
da Cultura Fausto Rocha Júnior (Joinville/SC). Minha grande paixão é desenhar.
É uma necessidade, mas também o que me dá paz. Por meio das linhas eu reflito e
relaxo.
Como a Arte entrou em
sua vida?
Sempre gostei de desenhar
desde criança. Copiava as histórias em quadrinhos, criava cenários com fadas e
cavalos-mulheres (rs) e adorava desenho animado. Comecei a fazer curso de pintura
aos 12 anos com a Linda Poll. Durante a adolescência e juventude nunca parei de
desenhar, sempre nos cadernos e livros da escola. Meus pais sempre me
incentivaram.
A arte passou a me fascinar
mais ainda quando comecei a estudar na faculdade de Artes Visuais e a me
profissionalizar na área.
Ano 2014 -Tinta acrílica e spray
Qual é a sua formação
artística?
Fiz faculdade de Artes
Visuais, pós em Arte/Educação e mestrado em Educação além de cursos de Desenho
e Pintura com a Asta dos Reis (Casa da Cultura), História da Arte com Miriam e
Leandra na Casa da Cultura e diversos outros cursos em vários locais.
Que artistas
influenciam seu pensamento? Quem são seus artistas favoritos explique
porquê?
Gosto muito das
"sacadas" críticas do Banksy, a relação espetacular com o
tridimensional (às vezes ilógico) de Escher, os desenhos com materiais
irreverentes de Vik Muniz, a caveira com diamantes de Damien Hirst, Magritte e
sua simplicidade surreal, Hopper e a solidão confortável, a delicadeza e
destreza de Alphonse Mucha, a força virtuosa de Tamara de Lempicka, os traços e
linhas de Hamilton Machado e o desenho e a didática de Asta dos Reis.
Admiro também os trabalhos
dos amigos-artistas da AAPLAJ, como a Márcia Camargo, Priscila dos Anjos,
Denise Schlickmann, Ane Winter, Jan MO, Marc Engler, Regina Marcis, Ronaldo
Diniz, etc.
Paisagem Urbana - Cidade com giz pastel oleoso
Ano 2014
Onde você encontra
inspiração para o seu trabalho?
Gosto muito da natureza, mas
também das linhas da cidade, e de explorar coisas novas. Busco me conhecer
melhor a partir de minhas escolhas e temas de cada trabalho.
Como você descreve o
seu trabalho?
É meticuloso e detalhista.
Alguns podem trazer questões profundas, mas ao mesmo tempo é agradável de se
ver. Gosto de desenhar principalmente figura humana, natureza e perspectiva.
Amy Winehouse
Giz pastel oleoso e acrílica - Ano 2017
Como é seu processo
criativo?
Procuro referências que
tenham elementos interessantes e que me satisfaçam quando eu for retratar.
Confiro a composição e gosto de bons acabamentos e detalhes. Dependendo da
época gosto de trabalhar com determinado material: o da vez é o giz pastel
oleoso. Já trabalhei bastante com lápis de cor, giz pastel seco, nanquim e
lápis grafite.
Como surgiu a ideia
para “Memórias de Moças bem-Comportadas”?
A ideia surgiu da artista
Sonia Rosa que convidou as artistas mulheres associadas da AAPLAJ a participar
de uma exposição em alusão ao dia da mulher - as autobiografias de Simone
Beauvoir caíram como uma luva.
Exposição Entre e Fique a Vontade
Com Gleici Kannenberg e Heloisa Steffen
Em que momento se
sentiu reconhecida como artista?
Dentre as exposições que
participei, gostei muito do reconhecimento que tive com a expo "Entre e
fique a vontade", junto das artistas ceramistas Gleici Kannenberg e
Heloisa Steffen. Também quando fizeram um trabalho de conclusão de curso sobre
a minha produção no curso de História da Arte da Casa da Cultura.
É possível viver só
de arte no Brasil?
São poucos os que conseguem
viver exclusivamente da arte sem ter mais uma profissão, mas não é impossível.
Desenhos na praia da Enseada com pastel oleoso
Ano 2017
Como você vê o futuro
das artes?
Vejo a arte cada vez mais interagindo
de formas diferentes com o público (por termos mais possibilidades com a
Internet e novas tecnologias), e com conotações sociais cada vez mais fortes.
Só me preocupa essa onda atual e crescente de intolerância das pessoas –
afinal, a arte também é transgressora.
O que você estuda?
Como você se atualiza?
Estou tentando seguir uma carreira acadêmica como
professora, por isso faço partes de grupos de pesquisa em ensino da arte. Na
parte acadêmica admiro, entre muitas mestras, as professoras-pesquisadoras
Nadja Lamas e Silvia Pillotto, que foram primordiais em minha formação
acadêmica.
Na parte artística e didática pesquiso muito na Internet e
em livros, além de fazer cursos quando possível.
Paisagem de São Francisco do Sul, a partir de foto do fotógrafo Antonio Gonçalves
Ano 2017
Qual sua opinião
sobre os salões de arte?
São espaços de legitimação do trabalho do artista
contemporâneo, em que um grupo de especialistas na área (como curadores e
críticos) aprovarão ou não seu trabalho.
Qual sua opinião
sobre as galerias virtuais?
Acho uma boa opção a quem não tem acesso, mas não substitui
o contato com a obra de arte original. Para quem quer comercializar os
trabalhos, até o Facebook torna-se uma galeria virtual. As mídias sociais são
ferramentas presentes no dia-a-dia das pessoas, por isso ajudam muito na
divulgação do trabalho dos artistas.
Exposição Pequenas Impressões na AAPLAJ
Ano 2017
Como você aproveita o
seu tempo livre?
Gosto de conhecer novos
lugares e viajar, mas também gosto de ficar em casa, ver filmes e seriados, ler
e descansar.
Qual foi a sua
exposição mais importante?
Toda exposição foi especial, mas gostei muito de ter
participado da exposição “Artista, e Educador” na GMAVK (em 2013) ao lado de
grandes artistas que admiro muito e que também foram professores da Casa da
Cultura, como: Mário Avancini, Fritz Alt, Victor Kursancew, Dagmar Parucker,
Hamilton Machado, etc.
Série Joinville de ontem.
Onde as pessoas podem
adquirir suas obras?
Entrando em contato comigo, através do meu e-mail julirossi@gmail.com, ou no Messenger do
meu Facebook (http://www.facebook.com/JuliRossiDesenho).
Tenho um blog: http://julirossi.blogspot.com.
Também faço encomendas de desenhos e chalkboards para eventos.
Quais foram os seus
principais desafios para se estabelecer como artista?
Ainda não me sinto completamente estabelecida como artista, pois
sinto que preciso expor mais, definir/estudar melhor algumas ideias; o caminhar
é grande.
Série Vanitas - Mulheres Caveiras
Participa de alguma
Associação Artística?
Sim, da AAPLAJ (Associação de Artistas Plásticos de
Joinville), desde 2017.
Quantas vezes
participou da Coletiva de Artistas de Joinville?
Nenhuma.
Conte para nós um
pouco da sua rotina no seu ateliê?
Não tenho ateliê, então tento produzir onde dá – na escola e
na mesa de casa. Como tenho bastante aulas, às vezes só consigo produzir no fim
de semana ou em algum intervalo entre as aulas.
Desenhos com nanquim
Ano 2008
Como você vê as
tecnologias digitais?
A tecnologia ajuda muito no dia-a-dia da produção do
artista. Também vejo que a arte pode explorar muitos meios digitais e
tecnológicos, e que ainda estamos conhecendo as possibilidades dessas
ferramentas na arte.
O que é necessário
para um artista ser representado por uma galeria?
Uma boa produção, um estilo diferente e ao mesmo tempo próprio,
consistência conceitual, confiança em si, valorização de seu trabalho e um
marchand.
Na arte, o que é mais
importante para criar uma grande obra - a técnica ou o amor?
Os dois. O amor é lindo e maravilhoso, mas se não tiver
técnica (ou se não conhecer quem souber concretizar), a ideia não sai da cabeça
do artista.
Tucano com giz pastel oleoso
Ano 2017
Alguns artistas
curtem ouvir músicas durante o processo criativo, com você funciona da mesma
forma? E na sua playlist o que não pode faltar?
Sim, mas às vezes deixo a rádio ligada só para ter uma
música/melodia de fundo. Quando estou de corpo e alma no trabalho costumo ouvir
Manu Chao, Erykah Badu, funk e soul dos anos 70, etc..
Como você definiria a
palavra talento?
Não sei se acredito na palavra “talento”, pois parece algo
‘divino’ e inalcançável. Gosto da palavra “facilidade” - uma pessoa pode ter
facilidade em determinada técnica e material, mas sei também que uma pessoa com
bastante dificuldade pode evoluir e desenvolver muito a partir de estudo,
prática e possibilidades.
Como funciona a sua
cabeça, no momento de começar uma obra? Existe uma sequência racional ou seu
processo é totalmente intuitivo?
Gosto de desenhar o que for
me dar prazer, pois depois de algumas horas parece que não sai mais nada no
desenho, então paro e prefiro continuar outro dia.
Tenho fases temporárias de preferência de temas - isso é ruim, pois canso rápido de um tema e muitas vezes não consigo ter uma produção significativa. Já comecei algumas séries, como a “Joinville de Ontem” (desenhos em perspectiva de fotos antigas de Joinville) e a “Vanitas” (Mulheres Caveiras).
Há momentos em que faço vários desenhos em um dia só e momentos em que passo meses sem produzir nada.
Tenho fases temporárias de preferência de temas - isso é ruim, pois canso rápido de um tema e muitas vezes não consigo ter uma produção significativa. Já comecei algumas séries, como a “Joinville de Ontem” (desenhos em perspectiva de fotos antigas de Joinville) e a “Vanitas” (Mulheres Caveiras).
Há momentos em que faço vários desenhos em um dia só e momentos em que passo meses sem produzir nada.
Exposição Artista e Educador - Série AfroPunk
Ano 2013
Qual o seu próximo
projeto? Para quando podemos esperar um novo trabalho seu?
Estou me dedicando atualmente em projetos pessoais de
família (encomendas). Mas se der tudo certo, farei uma exposição em setembro deste
ano. Detalhes em breve (rs).
O que te inspira no
dia a dia?
As paisagens urbanas, como prédios, ruas e postes, e as
coisas simples do dia-a-dia, como um céu estrelado, as nuvens, um céu com
degradé de fim de tarde, uma planta, um animal ou inseto... Meus alunos também
me inspiram a buscar por coisas melhores, interessantes e a dar o meu melhor,
seja no ensino ou na arte.
Que mensagem você
deixaria para os jovens que sonham em ingressar nas artes?
Que sigam seus sonhos e tenham persistência e coragem para inclusive
encarar preconceitos. E também a estudar e fazer cursos sempre que possível.
Deixe uma mensagem
final ao nosso blog.
Gostaria de agradecer a boa vontade e disponibilidade de
vocês. É importante termos na cidade pessoas que se comprometem em divulgar e estudar
os artistas locais, pois dessa forma valorizamos a arte e cultura da região. A
Internet é um ótimo meio para isso, pois é acessível e está sempre a disposição
do interessado. O registro que fica poderá servir para fins educacionais,
históricos e artísticos em um banco de dados virtual. Parabéns pela ideia!
Aproveito para convidar a todos a conhecer a Casa da
Cultura, um espaço cultural e público que têm cursos de Artes Visuais, Música,
Dança e Teatro.
Exposições coletivas
e Individuais
2018 – “Memórias de Moças
Bem Comportadas” – exposição coletiva na AAPLAJ (Associação de Artistas
Plásticos de Joinville)
2017 – “Memórias de
Joinville” – exposição coletiva no Shopping Garten com os artistas da AAPLAJ
2017 – “Entre e Fique a
Vontade” – exposição coletiva com Gleici Kannenberg e Heloísa Steffen na GMAVK
(Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew)
2017 – “Pequenas
Impressões” – exposição coletiva na AAPLAJ
2015 – “Joinville de Ontem” – exposição coletiva no
Arquivo Histórico de Joinville (Joinville/SC)
2014 – “Museu ocupado, arte e educação” – exposição
coletiva no Museu Casa Fritz Alt com curadoria de Jorge Hiroshi (Joinville/SC)
2013 – “Artista, e Educador” – exposição coletiva
na Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew com curadoria de Walter de
Queiroz Guerreiro (Joinville/SC)
2012 – “Memórias” – exposição coletiva no Garten
Shopping com curadoria de Luciano da Costa Pereira (Joinville/SC)
2011 – “Pretexto Fotográfico” – exposição coletiva
de fotografias na galeria do SESC com curadoria de Leila Martorano
(Joinville/SC)©
2010 – “De Tudo Um Pouco” – exposição individual no
Centro Cultural Brasil Estados Unidos (Joinville/SC)
2010 – “Pretexto” – exposição coletiva na galeria
do SESC com curadoria de Eduardo Veras (Joinville/SC)
2005 – “Linha, forma e cor” (gravuras) – exposição
coletiva na AAPLAJ (Joinville/SC)
Intervenção na Casa da Cultura e na Univille
Ano 2017
O blog ARTES VISUAIS EXPOSIÇÕES EM JOINVILLE tem o objetivo de divulgar e apoiar as exposições de artes que estão em exibição em Joinville e também entrevistar os artistas, revelando os talentos que temos aqui na cidade dos príncipes, registrando este belo momento que vivemos no cenário artístico Joinvilense.
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ResponderExcluirAmei, Juli ❤️
E gosto especialmente da série Vanitas.
Parabéns pelo seu trabalho!
Obrigada, prima! Um dia eu exponho todas as Vanitas rsrs.
ExcluirDesenhava no mIRC tbm, via ninja script . Fica famosos aí pra eu vender os desenhos !!! Hahahaha ! Parabéns !!
ResponderExcluirAmei Ju ❤️ Sucesso, você merece! Bju
ResponderExcluirObrigada, Lu querida pela força! Um bjão.
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